Coleta e Tratamento de Esgoto

Uma Série Original em 5 Partes

Esse é o terceiro texto da nossa série que fala sobre cada serviço que compõem o saneamento básico. Para ter acesso aos demais textos acesse os links abaixo:

O que de fato é a coleta e tratamento de esgoto?

A coleta e o tratamento do esgoto são serviços pertencentes ao Saneamento básico. A coleta é a etapa responsável apenas por retirar o esgoto das casas, comércios e indústrias; mas depois disso, é necessário também a realização do tratamento dos efluentes, ou seja, a diminuição da carga poluidora para que ele possa retornar à natureza sem causar prejuízos ao meio ambiente. Os prejuízos são muitos, tanto para a saúde da população, como para os corpos hídricos e o próprio solo.

Despejar o esgoto “in natura” na natureza, ou seja, sem tratamento, causa além da cor escura e mau cheiro nas águas, um grande impacto na flora e na fauna local. Esse esgoto altera toda a composição química da água, impactando diretamente a vida aquática do manancial onde está sendo despejado. Isso acontece porque o excesso de matéria orgânica estimula o surgimento de micro-organismos que diminuem a quantidade de oxigênio na água, o que irá acarretar em mortes dos animais.

Além disso, o esgoto sem tratamento, sendo despejado a céu aberto, sem a proteção correta, geralmente é infiltrado no solo, o que pode acarretar na contaminação do lençol freático e causar um impacto muito grande na saúde da população do local. Cerca de aproximadamente 100 milhões de pessoas no Brasil não possuem coleta de esgoto e apenas metade de todo o esgoto gerado é tratado. Esse quadro, é ainda mais grave na região norte e nordeste, onde por exemplo, Rondônia, Pará e Maranhão, apresentam um índice de tratamento abaixo dos 15%. 

Mas como isso se dá no Brasil?

Esse cenário no Brasil ocorre principalmente devido à negligência dos governantes, já que as obras de saneamento são no subsolo e por isso são consideradas como investimentos “invisíveis” e também devido ao tamanho do nosso país, incluindo a dificuldade de acesso em diversos locais. E essa carência nos serviços de saneamento básico, infelizmente gera um aumento muito grande de doenças, como: diarreia, disenteria bacteriana, febre tifoide, cólera, hepatite A e verminoses.

Então, com certeza o tratamento de esgoto é uma questão de saúde pública e deve ser tratada com a devida seriedade. E com o tratamento, além de evitar todas essas situações, ainda é possível reutilizar esse recurso para diversos outros fins. Nesse caso, chamamos de água de reuso e ela é uma grande aliada quando se deseja gerar economia de água. Ela consiste nas águas cinzas (o esgoto residencial, exceto aquele proveniente das bacias sanitárias), que foram tratadas e que apresentam a qualidade ideal para serem reutilizadas para um fim não potável. Vale destacar, que a água tratada, não é o mesmo de água potável, pois essa não pode ser ingerida. Mas a água de reuso pode ser utilizada, como por exemplo, para limpar a casa, para lavar o carro, irrigar o jardim e também pode ser utilizada em todos os vasos sanitários.
Mas vale destacar, que o cenário para o futuro é promissor e o Brasil possui a meta de universalização até o final de 2033, ou seja, garantir o atendimento de 99% de toda a população com água potável e de 90%, com tratamento e coleta de esgoto. E já possuímos exemplos de cidades brasileiras, como Maringá, Cascavel, Santos e Curitiba onde mais de 95% de todo o seu esgoto gerado já está sendo tratado e também Limeira e Jundiaí que já possuem 100% do seu esgoto tratado.

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