Entendendo a Crise Hídrica no Brasil

Um Problema Mais Complexo do que Parece

Histórico

A definição de crise hídrica abrange todos os problemas relacionados à falta de água para o consumo humano, resultado dos baixos níveis de água nos reservatórios no momento em que deveriam atender às necessidades da população. No Brasil, a falta de água se agravou a partir do ano de 2014 na região Sudeste e também atinge de forma crônica o semiárido do Nordeste, sendo essa considerada a seca mais forte dos últimos sessenta anos.

Entretanto, eventos extremos de falta de abastecimento vêm surgindo nas últimas duas décadas em todo país, como enchentes na Amazônia, chuvas extremas e consequentes deslizamentos de terra no Rio de Janeiro que ocasionaram em centenas de mortes, tornados e muitos outros desastres registrados pela Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil.


Mudança climática global

Esses eventos que surgiram no país estão relacionados ao aumento da frequência e da intensidade de eventos extremos ocasionados pelas mudanças climáticas. Portanto, não podemos negligenciar a possível relação entre os desastres ocorridos nos últimos anos, não só a nível nacional, mas também mundial, e as mudanças climáticas

 

De forma a evitar que esses eventos extremos ocasionem desastres, precisam ser adotadas medidas protetivas e de mitigação de impactos.

Apesar de apresentar quase um quinto das reservas hídricas do mundo, no Brasil a falta de água é uma realidade em várias regiões, e estudos indicam que o problema no abastecimento pode se intensificar nos próximos anos. Além disso, o país enfrenta a desigualdade na distribuição por todo o território nacional. 

Causas da Crise Hídrica 

As causas da crise hídrica não se resumem apenas à falta irregular de chuvas, são o resultado de muitos fatores que vão desde características meteorológicas até a má gestão dos recursos hídricos, a falta de uma infraestrutura de captação e abastecimento eficiente, a falta de incentivo ao consumo racional da água de forma a reduzir o desperdício, ausência de fontes alternativas aos reservatórios e de controle de problemas ambientais, como desmatamento e poluição.

Consequências da Crise Hídrica

 

Como consequência, tem-se a redução na oferta de alimentos, pois a agropecuária é o setor produtivo que mais consome água atualmente, e também no fornecimento de energia, tendo em vista que a maior parte da energia gerada no Brasil é proveniente de usinas hidrelétricas. Bem como o racionamento de água para a população, que gera crises sanitárias, e decorrentes impactos na economia.

Muitos dos recursos naturais próximos às áreas urbanas são extraídos até o limite e não conseguem suprir a demanda cada vez mais crescente das cidades. Como consequência, a água vai ficando mais escassa e seus processos de tratamento e extração ficam cada vez mais onerosos, fazendo com que os reservatórios sejam incapazes de atender às necessidades da população.

Outro problema gerado pelo crescimento descontrolado das cidades é a falta de saneamento básico, sendo boa parte dos resíduos e efluentes despejados diretamente em corpos hídricos sem o tratamento adequado, o que compromete a qualidade e a oferta da água, o que torna evidente a relação entre fatores como aumento populacional, gestão dos governos e falta de preservação no acarretamento da crise hídrica.

Direito Universal 

A Organização das Nações Unidas (ONU) estabelece que o acesso à água e ao saneamento básico são um direito universal, e definiu como meta que todos os países membros trabalhem para que as pessoas tenham acesso a esse direito até o ano de 2030.

No entanto, a falta de manejo adequado é um dos principais fatores que contribuem para a escassez de água no Brasil e no mundo. Portanto, garantir o acesso à água de qualidade para toda a população é um dos maiores desafios do poder público, tendo em vista a relação que a escassez tem com as mudanças climáticas e as intervenções humanas no meio ambiente.

T&D Sustentável, desenvolvimento sustentável para o futuro do planeta.

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